terça-feira, 20 de março de 2012

Primazia foi à primeira palavra que acabou de vir na minha mente. Dessa maneira penso o dia de hoje, mesmo sem sabe o significado concreto desse termo, sua sonoridade traduz algo que sinto e não sei lhe dar nomes. Chamo-o agora de primazia. Participei de uma aula muito interessante (Etinomusicologia) , perece que as coisas fluem na medida em que o interesse aprece e sei que isso pode parecer lógico, no entanto o toque sensorial desta reflexão traz a tona muito daquilo que vim procurar neste meio universal, que apesar do nome (universidade) acaba sendo bem regionalizado nas áreas dos conhecimentos, dificultado a possibilidade real de um intercambio cultural de teorias. Muito ainda me revolta, e muito ainda é parte do comodismo convencional adquirido nos tempos lá de fora, onde ainda não havia a necessidade de escolha. Hoje percebo cada vez mais que há um percurso inteiramente a ser construído para poder enxergar o ponto onde quero estar formada e fundamentada no que se chama vida profissional. Mas para alargar este campo de visão na basta seguir o Script, não basta desempenhar o melhor papel, ou adquirir qualquer titulo que seja, todas essas coisas precisam mexer comigo de forma que a cada ponto, eu já perceba que não sou a mesma de um instante atrás, por que sinto a mudança até mesmo nas coisas que permanecem, pois estas modificam confirmando a si mesmas. Mas voltando ao pensamento sobre a construção do percurso, hoje percebi algo que já ouvi falar em tempos passados, dizia que para dar pitacos não bastava ter ciência daquele fato, mas sim um olhar mais rebuscado e profundo, sabendo da profundidade infinita desse aspecto. Pois bem, todos no mundo, de certa forma já tivemos contatos ou já ouvimos falar sobre um determinado assunto, nas suas grandes esferas: música, psicologia, educação etc., ou nas esferas mais específicas: eletroquímica, samba de coco, dietas etc. No entanto a dimensão dos conhecimentos humanos me parecem ser tão extenso para uma única mente humana, que me pergunto se seriamos capaz de nos aprofundar em tudo aquilo sobre o qual dizemos, pensamos e refletimos ao longo dos dias. A resposta de imediato me vem negar essa hipótese, e em seguida recobre confortavelmente todas as pitadelas que vivo fazendo nas mais diversas áreas do conhecimento. Porém minha ingenuidade argumentativa não da conta de perceber que este reconforto que me privilegia se volta contra mim na medida em que reproduzo idéias, discurso ou pensamentos imunes de reflexão e que na maioria das vezes o único filtro que esses passam é o filtro do senso comum, fazendo cristalizar ainda mais idéias pouco fundamentadas e confusas.
Portanto ainda que seja imensamente rica essa interdisciplinaridade que as conversas do mundo real nos trazem, a especificidade do mundo acadêmico entra em consonância com a consolidação daquilo que já faz parte do meu mundo, o que faz deste um pouco menos confuso e mais passível de articulação entre as milhares esferas do meu conhecimento e desconhecimento.
Vou nesse instante procurar o significado de primazia, seja este meu passo inicial.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Amigo não é coisa pra se guardar...

"É incrível, nossa amizade de infância : nós conhecemos feito irmãos. E é em você que certas vezes confio mais do que a mim próprio. Posso dizer com toda certeza que te amo."

Uma autentica declaração de amor fraterno, sim é digno e belo. Mas me explique, é impressão minha ou esta cena acontece em algumas fazes de nossas vidas?  Por exemplo, vou me explicar: na escola primaria temos um grande amigo,  as vezes um vizinho ou filho dos amigos de seus pais. Depois no colégio conhecemos aquele que tem tantas advertências quanto você, ou talvez não fale com muitas pessoas como você, ou ainda são filhos dos amigos dos seus pais,  por algum motivo essas pessoas são partes essenciais na sua vida e você não imaginou como chegariam ou como poderão algum dia não fazer mais parte dela. São seus melhores amigos, irmãos, brothers, confidentes fieis, e assim você é para eles. Pessoas que dedicamos todo nosso amor fraterno e criamos sem perceber uma bolha protetora, para garantir que esse amor nunca se perca por ai. Isso é legal e acredito que nem ser quer faz mal, e como dizem as mães: tome cuidado com quem você anda, meu filho! Tá certo, cuidamos direitinho. E para falar bem a verdade sinto que meus amigos de infância serão sempre especiais para mim. 
Porém, vem os tempos de universidade e nossa pequena bolha se torna ridícula perto de tamanha diversidade de mundo, pessoas, e ideias, gostos, costumes, de tudo e de todos os tipos de relações que podemos e que fazemos durante esse período.  E então me pego pensando, será que um dia aquela velha amizade ira acabar? Não, logico que não, conhecer pessoas novas - tão sensacionais quanto meus velhos amigos - não significa deixar de amar e tê-los como irmãos. Certo, isso também é bastante pessoal. Porém nesse instante vejo uma coisa que desconfio. Sinto que sem querer, ou sem perceber as pessoas que vou conhecendo nesta fase incrível da minha vida são de grande peso e de muita importância, mas também sei que irão passar, seguir seus caminhos e etc, e talvez algumas fiquem assim como aqueles que dividi coisas e momentos incontáveis na época em que os pais ainda palpitavam sobre com quem deveria ou não ter amizade.  Pois bem, não tenho certeza disso, são só nuvens de ideias que passam por minha cabeça, e as vezes chove em mim questões como essas: será que ainda limito meu circulo de amizade, será que ainda não percebi que a velha bolha já estourou, ou que talvez ela nunca existiu, será que forçamos estar perto de pessoas que achamos ser o mais compatível? Sei lá. Esses ares de universalidade da universidade sempre me faz pensar no quanto em mim ainda pode ser construído e sabendo que isto é uma obra para muitas mão, braços e abraços, fico aqui pensando se verdadeiramente somos abertos para termo-nos como irmãos. 
Esses são pensamentos que surgiu com a lembrança de um grande amigo, que não pela quantidade mais sim pela intensidade de sua amizade, me fez perceber a importância de estar de portas abertas e à vontade para a "sorte" entrar. Nenhum de nós será tão capaz se não tentar. E ele diz: "eu vou estar lá, para recepcionar os novatos, mostrar para eles o alojamento ... " Sei que fará muito mais do isso, por que tem coisas que somente através dos olhos pode-se enxergar! 


Um grande abraço para todos meus amigos dessa vida e à todos que estão por vir

(Marcela Lamoréa)


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cadê!?

Procurei por todos os lados dos quatro quantos do meu quarto
Procurei na sala da casa vizinha e no quintal dos meus amigos.
Procurei longe daqui, no por do sol e nas estrelas.
Mas...
dentro do quarto é muito dentro de mim, 
na sala vizinha, superfície do outro e o quintal amigo são apenas festejos.
Nada encontrei de novo.
Passei a passear na minha sala  e no banheiro
no quintal vizinho e no quarto amigo.
Encontrei o novo em outro lugar. 
Então quis uma casa nova nesta vila velha
onde tem um tranquila cascata para navegar.



domingo, 19 de junho de 2011

O gosto do onde
faz e esconde
palavras sem fim.
Diversas são pontes
que trazem a onde
o meio é o assim.
E jas não responde
pequeno instante
que passou por mim.
É (ainda) relevante
mas esta nessa estante
tocando flautim.
Se faz presente quando
retomo o gosto
que deixou em mim.
O gosto do quando
Gritando
Girando
saindo de finin...

Depois venta
e vai embora
como chuva ou catapora
que marca e chora, mas não mora.
que fica um dia, traz suas roupas
mas nem tem horas
nem nome completo
nem timbre certo
é fruto do agora
apanha, sente o cheiro e devora.
E dessa feira de frutas maduras
só fica o pé de uma única
que teimamos em regar.

Fica em pé de maracujá
dai vem a calma pra continuar (a plantar)
rega todo dia, faz-se a alegria
mas no jardim (ainda) há muito lugar pra cultivar.
De vez vem uma muda de alguém
flor que já deu certo não fazem mal a ninguém.
E vai floriando, mudando a cara da casa.
que antes o de dentro afoga
agora o de fora adentra.
Muda rima, muda verso, muda jeito de dizer
o simples floresce fácil de compreender.
Mas vem o jardineiro (às vezes) impor respeito,
vem podar ervas daninhas e galhos velhos
E não pede permissão
bota  chapéu  e caminhão
leva parte do sentido
fica um tanto (mas) sem conjunção
fica parte do agora
põe o mal fora de mão
Vejos as flores florenado
mas não vejo a transição
o que é belo para o belo
é bonito é nada mais
não preciso ter o feio
desde que sua ausência
seja a ciência que compõem a paz.

Mas a qualquer momento
essa moras, feita de agoras
pode ser concreto
E pode florear
pode ter um  teto
e pode gotejar
pode ser  prédio
ate mesmo se reinventar
E sendo qualquer hora
as flores apanhadas
permanecem plantadas
no onde e quando daquele lugar.
Não vou te dizer
nome e o endereço
não vou te telefonar
não vou explicar nada do que disse
nem vou te contextualizar.
Porque temos somente sementes
que cada um faz germinar.

"Sou (estou) sujeito (ao) abstrato com (como o) objetivo de plantar"

sábado, 4 de junho de 2011

A paz...
Quem tomou um gole do seu copo,
Transpirou ...
É preciso ser dito;
o gosto que tem esses líquidos e te embriagam
É preciso.
Mas pode ser múltiplo. Basta me dizer,
o que vem de você
Assim, ao menos saborearei um tanto seu
e dos seus saberes, seremos um gole a mais
no corpus que nos envolve.

*Corpus linguístico é um conjunto de textos escritos ou falados numa língua que serve como base de análise. O estudo de corpora (plural de corpus) apresenta muitas vantagens

O ímpeto de ter o sol nos olhos,
para iluminar seu sorriso radiante;
extreme meu corpo
diante do seu olhar distante.
O casual de minhas palavras que,
fingem ser intermédio de meus medos,
são muito menos do que grito pelos olhos
quando penso nos seus.
E dessa presa que me faço em calar o que,
Penso...
surge o incontrolável do sentir.
O necessário do broto que deixou em mim
é assim com outros que nascem,
ser regados, sem regras que fogem ao amor.

* ímpeto: impulso; movimento acelerado e violento; ardor com que se atua.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

“Tomada por um grandioso bem estar adquirido em alguns minutos. Agora me sinto completa. Foi numas águas rasinhas que mergulhei o resto de duvida que havia despertado comigo hoje. Duvida se deveria entregar os momentos aos acontecimentos e faze-los únicos. Duvida se deveria ou não dizer aquilo que penso calada num singelo aceno de mãos. Duvido ainda que não me falte duvidas para ter dias como esse que de tão simples me trouxe a imensidão.”

Foi num laguinho da ponte, que vi um passarinho longe embalado na canção.
Aquilo me pareceu tão aconchegante e estonteante que fez deitar no chão.
E ali deita percebi que meus olhos se perdiam na imensidão, de paz e natureza em um misto em que eu era irrelevante, mas ainda assim era parte da composição. Isso me fez pensar naquela frase pronta, que agora não me lembro com exatidão, nas era algo como: nós homens somos um nada na criação. E ali naquela natural nostalgia do nada que nunca fui, embebida no liquido pós moderno e entrega ao arcadismo velho, pude ressaltar que mesmo pequena do jeito que sou aquele momento não seria pra nós, pequenos seres com eu, se não me deixasse encantar por aquela canção, e se não achasse o Maximo ficar deitada no chão, se não fosse envolvente. Não saboreariam outros dessa possibilidade de visão. Talvez o  que eu queria levar desse emaranhado de sensações, seja apenas a nobreza de compartilhar um pouco do que alcança a minha visão.